Desejo e Perigo [Se, jie] EUA, 2007.

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Demorei tanto a assistir este filme, que putz… Ainda bem que arrependimento não mata… Taí, o Ang Lee é um diretor que nunca me decepcionou. E em tempos de Yonai Sanchez, este filme me veio na hora certa. No período da ocupação japonesa na China da II Guerra Mundial, um grupo de jovens patrióticos de Hong Kong tem como plano assassinar Mr. Yee, comparsa dos japoneses, através da figura da jovem e bela de Wang [uma espécie de Mata Hari, atriz-espiã]. O Japão representa o liberalismo – dominador, selvagem, fonte de desejo e indomável, enquanto os jovens representam os ideais patrióticos que mais tarde seriam base do movimento comunista – ingenuidade, um ploc de ilusão. Sacou a alusão à Yonai? A trama aponta a alienação destes jovens de forma bastante direta. Claro que Lee é a favor do capitalismo, seu próprio filme tem um cast and crew super globalizado e trata-se de uma co-produção dos Estados Unidos com China, Taiwan e Hong Kong.

Além de político, o filme é muuuuuuuuito sexy. A jovem Wang acredita tanto em sua persona erótica que fica mesmo ligadonna no seu affair com o dominador do Mr. Yee [não tem como não lembrar de O porteiro da noite, onde uma judia se apaixona pelo seu torturador nazista]. Tang Wei foi premiada em Cannes e estréia muito bem como a jovem ‘engajada’ [Lee testou 10.000 atrizes antes de escalar Wei]. E mesmo esquivo, Tony Leung [muso do Wong Kar Wai] se garante tanto na ‘atividade’ que não tem como não ficar excitado.

Lee foi premiado em Veneza como melhor diretor e o mexicano Rodrigo Prieto levou melhor fotografia.

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